As capacitações a distância do Projeto Aedes na Mira desenvolvidas pelo Conasems em parceria com o Instituto de Pesquisa e Apoio ao Desenvolvimento Social (Ipads) receberam, só na primeira fase, inscrições de profissionais do SUS de 3.255 municípios do país. Para quem não conseguiu participar na primeira edição, uma nova etapa de capacitações terá início no dia 5 de agosto. Poderão se inscrever gestores e profissionais de saúde dos níveis fundamental, médio e superior.
A participação é gratuita e os cursos têm duração de três meses e carga horária de 40 horas. De acordo com o balanço da equipe técnica do Ipads, desde o segundo semestre do ano passado as capacitações, voltadas ao combate do Aedes aegypti e ao enfrentamento das arboviroses na perspectiva de integração da Atenção Básica e Vigilância em Saúde, registraram 8.352 alunos de todos os estados do país. A região Sudeste, que tem enfrentado surtos de dengue em estados como Minas Gerais e São Paulo, foi a que registrou maior número de inscritos.
Aplicabilidade
Finalizada essa primeira etapa, conteúdos, dinâmica dos cursos e acessibilidade à plataforma passaram por avaliações. “Foi um processo complexo, que buscou envolver a equipe técnica do Ipads e do Conasems, tutores, coordenadores e alunos que concluíram os cursos e também os que desistiram”, conta a coordenadora do projeto, Carmen Lavras.
As respostas vieram em dados gerados na plataforma de Ensino a Distância (EaD) e informações coletadas em questionários e entrevista coletiva presencial. Todos os tutores e a grande maioria dos alunos consideram os cursos bons ou muito bons e afirmam que indicam o Aedes na Mira a outros profissionais. A aplicabilidade do conhecimento na rotina de trabalho é o maior motivo da recomendação.
Entre os alunos que desistiram, a maioria declarou falta de disponibilidade pessoal, em muitos casos por conta do excesso de trabalho durante epidemias de dengue em suas regiões. Dos desistentes, 8,3% responderam no questionário que recomendariam a capacitação a outros profissionais.
Como pontos de ajustes, o conjunto de respostas de alunos e tutores sugere maior divulgação do projeto e facilitação da entrada no ambiente virtual. Para Carmen Lavras, a percepção das fragilidades é importante para o desenvolvimento de medidas que possam aprimorar o projeto na próxima etapa.
“Em termos gerais, a avaliação foi positiva, tanto no número de municípios participantes quanto no número de alunos que concluíram os cursos de um projeto dessa natureza, pela internet e com um programa extenso, de 12 semanas. A capacitação foi importante especialmente para os profissionais dos níveis fundamental e médio, que têm poucas oportunidades”, conclui a coordenadora.
Encontro em Brasília
O Ipads e o ProEpi, outro parceiro que coordenou as capacitações no modelo EaD sem tutoria, em conjunto com o Conasems, selecionaram 300 projetos de intervenção elaborados pelos alunos na conclusão das capacitações. Os trabalhos serão apresentados pelos próprios autores no Encontro Nacional do Aedes na Mira, que será realizado durante o XXXV Congresso Conasems, de 3 a 5 de julho deste ano em Brasília.
No dia 4, o evento abrirá 10 salas para apresentação oral, com a presença de especialistas que vão comentar e discutir os projetos. Também haverá espaço para perguntas do público, que ao final das apresentações, votará para escolher o melhor projeto da sala. Os 10 mais votados (um por sala), serão citados na mesa de encerramento no dia 5 e receberão certificado de Projeto de Intervenção escolhido por votação popular.
Ainda durante o Encontro Nacional serão exibidos pôsteres eletrônicos, em bancadas específicas, onde o público do Congresso poderá acessar os projetos de seu interesse.
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